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A Laranja Mecânica

Chocada.

Foi assim que fiquei ao assistir esse filme. E vou explicar o porquê. Na verdade, a princípio não me chamou muito a atenção: título sem nexo, descrição do filme (juventude viciada em Beethoven, ultraviolência e sexo) totalmente fora do convencional, capa sem graça. Mas, muito comentado, domingo a tarde, nada pra fazer, vou assistir.

No começo, tudo é muito estranho. Bonecas infláveis, um cara descrevendo numa língua que eu não entendia nada... Olhar assustador. Essa é a primeira cena.

No desenrolar do filme, pude entender melhor o que se passava. Uma "quadrilha" de 4 garotos com menos de 18 anos, que passeiam pela cidade espalhando terror e violência. Entram na casa, estupram mulheres como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, cantando e rindo, batem em todos, tudo regado ao som de Ludwig van.


Mas uma coisa me chama a atenção. Na casa de Alex, tudo é muito estranho. É como se aquilo se passasse há milhares de anos à frente, tudo na casa parece ser evoluido.

Mas aí começam a aparecer problemas de liderança. Alex já não está mais se entendendo com seus colegas, até que eles armam uma cilada, e ele acaba sendo pego pela polícia. Até então, parecia que nesse lugar não existia polícia, ou pelo menos, que ela não se importava com o que estava acontecendo. Engraçado como eu fiquei com pena dele, e até começei a gostar dele no final. Simpatizei com o vilão do filme... Não é todo dia que isso acontece.

Na prisão, Alex se propõe a participar de um experimento de reabilitação. Até aí tudo bem, se não fosse pela forma pela qual ele foi reabilidado. Deu até medo.
No começo, eu não entendia bem o que se passava com ele, quando ele ia cometer um ato de violência, algo acontecia dentro dele, e ele era impossibilitado de praticar tal ato. Mas o que, meu Deus, estaria acontecendo com ele? Foi aí então que percebi que o que ele sentia era dor. Ele sentia dor quando tinha vontade de praticar um ato de violência. Que sinistro não? Como isso é possível? Então eu fiquei pensando que isso nada mais era do que uma reação física quando ele tinha pensamentos de violência. O psicológico agindo sobre o físico, mas não da forma habitual como se conhece. Não é como quando eu fico ansiosa, nervosa, a gastrite ataca. No filme, isso vai muito além. Essa dor que ele sente é insuportável. E no final, ele diz que está curado.

Será?

Eu tenho minhas dúvidas.

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